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- Resenha: Coraline, de Neil Gaiman.
Postado por: Maac Gouveia
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Livro: Coraline
Editora: Rocco
Autor: Neil Gaiman
Páginas: 155
A história de Coraline é de provocar calafrios. A narrativa dá muitas voltas e percorre longas distâncias, criando um ‘outro’ mundo onde todos os aspectos de vida são pervertidos e desvirtuados para o macabro. Ao mesmo tempo sutil e cruel, o autor gosta de desafiar as imagens simples dos livros infantis tradicionais. No livro, a jovem Coraline acaba de se mudar para um apartamento num prédio antigo. Seus vizinhos são velhinhos excêntricos e amáveis que não conseguem dizer seu nome do jeito certo, mas encorajam sua curiosidade e seu instinto de exploração. Em uma tarde chuvosa, a menina consegue abrir uma porta que sempre estivera trancada na sala de visitas de casa e descobre um caminho para um misterioso apartamento ‘vazio’ no quarto andar do prédio. Para sua surpresa, o apartamento não tem nada de desabitado, e ela fica cara a cara com duas criaturas que afirmam ser seus “outros” pais. Na verdade, aquele parece ser um “outro” mundo mágico atrás da porta. Lá, há brinquedos incríveis e vizinhos que nunca falam seu nome errado. Porém a menina logo percebe que aquele mundo é tão mortal quanto encantador e que terá de usar toda a sua inteligência para derrotar seus adversários.
É Halloween! Festa tradicional americana,
mas não é por isso que ficaremos de fora, não é? Então é isso. Não sou do tipo
que gosta de literatura de horror/terror, nem mesmo me interesso por vampiros,
licantropia, ou coisas do tipo, então o livro mais próximo de Halloween que já
li, é Coraline, por isso a resenha é ele!
Esse livro foi um dos que eu primeiro
assisti o filme que conta a história e depois li o livro e enfim, me
decepcionei. Uma coisa horrível é quando se quebra expectativas. O livro conta
a história de uma menininha, Coraline que acaba de se mudar para uma nova casa.
Numa tarde chuvosa, a menina estava sem nada pra fazer e foi fazer o que?
Bisbilhotar a casa nova, obviamente. A garota tanto procurou que encontrou uma
coisa que antes não havia visto. Uma pequena porta na sala de visitas.
Atrás dessa porta é que a aventura
realmente começa. É um mundo mágico, onde tudo que a pequena desejava tinha.
Ela tinha a atenção de sua mãe e seu pai, que não trabalhavam tanto quanto no
mundo real. Vizinhos que não a chamavam de Caroline ao invés de Coraline, coisa
que tanto a aborrecia. Além de que realmente tudo parecia melhor. Mas, quando a
esmola é demais o santo desconfia e a menina acaba percebendo que o mundo não é
tão mágico e bom assim como os Outros Pais contam.
A capa do livro é realmente legal. Dá a
impressão de ser uma simples capa com uma menina carregando uma vela num fundo
escuro, mas quando posiciona na luz, vemos um rato, mãos, uma agulha - que são
bem importantes para história por causa dos botões -, entre outras coisas.
Outra coisa legal esteticamente é o fato de ter desenhos no livro. Cada
capítulo é precedido por um deles e isso até ajuda a você a assimilar mais as
histórias. A escrita de Neil é ótima. Ele sabe muito bem por suspense e até
terror onde deve, fazendo com que a leitura fique mais interessante a cada
página. O livro é curtinho, mas é bom. É até recomendável.
Só não recomendo assistir o filme antes,
como eu mesmo havia falado que fiz. O filme é um pouco diferente e traz um personagem
novo - Wyborne - e que eu achei que ele foi essencial no enredo! A primeira
coisa que quis ver quando comprei o livro era algumas cenas do garoto e
Coraline, esperando ter detalhes mais profundos já que geralmente os filmes
pegam o principal deixando alguns detalhes para as cenas do livro, mas ele
simplesmente não estava lá. No filme também, outros personagens como as
ex-atrizes Spink e Forcible são até mais divertidas e a Outra Spink e a Outra
Forcible até fazem um espetáculo citando Shakespeare. Também acontece o mesmo
com Mr. B. Ou estou enganado ou no livro não há o incrível circo dos
camundongos saltadores!
Deixando o cinema e seus aspectos mais
visuais de lado, o livro é realmente muito bom e essa falta de dinamismo dos
personagens, se assim posso chamar, certamente é pelo fato de Gaiman querer
deixar seu livro com um toque a mais de horror e suspense.