Postado por: Maac Gouveia quarta-feira, 31 de outubro de 2012


Modernista. Divisor de águas. É considerado como quem dá o  marco inicial da poesia da segunda fase e também o maior poeta brasileiro do século XX, para alguns até, o maior de todos os tempos. Difundiu o modernismo onde morava, Minas Gerais com A revista, cuja intenção era realmente propagar a nova estética.

Fazia um século e uma década que Carlos Drummond de Andrade nascia, na pequena cidade de Itabira. Poeta e cronista de diversos meios de comunicação, fez e faz muito sucesso. Parabéns, Drummond. Abaixo, segue um poema publicado no livro de estreia dele, chamado de Alguma poesia.

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos

o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

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