Uma história sobre náufragos e sobrevivência numa ilha deserta, um pouco clichê. Mas aí temos o diferencial de Na Ilha: romance. Sim, quando o tempo que passarão juntos parece que será bem longo e T.J. começa a se tornar um homem, não mais um menino, parece inevitável não se atraírem. Então temos essa parte da sobrevivência e do romance.

A parte da sobrevivência estava boa, até que começou a ficar chata... Ou seja, chega um tempo que satura. Admiro a autora e imagino como deve ter sido difícil ter que encontrar tantos desafios para que a aventura de sobrevivência deles não parecesse monótona e sem graça, mas chegou um ponto em que as coisas começaram a ficar forçadas, alguns eventos pareciam quase inadmissíveis. Chega um bicho, um bicho vai embora, aí chega outro, ele vai embora, aí vem uma doença, se cura... Uma coisa parece esperar a outra acabar. (Claro né, mais páginas e mais eventos para o livro.)

Além de que, tudo era muito cômodo. A ilha em que eles estavam parecia um vórtice que as ondas levavam tudo que estava no avião pra lá... Pedaços do avião, malas, sapatos, tudo quando eles mais precisavam. Além de que as coisas também eram bem infinitas. São erros de logística mesmo. Ela iria passar o período das férias nas Maldivas, digamos que no máximo seriam de três a seis meses, mas ela levou xampu, sabonete, creme de barbear e escova de dentes para muito mais que esse tempo e durou mais que três anos...

O romance é bem construído. Não é algo tão de repente. Começa como um instinto animal e depois vai se mostrando como um sentimento mais profundo e verdadeiro. E as dúvidas que esse romance provoca são bem válidas...

O livro é leve, bem rápido de se ler e é uma história agradável, principalmente se você gosta de romances. E este aqui é até bem inusitado. Tem a questão da diferença de idade, de como eles começaram a se relacionar, e o mais empolgante, como isso duraria fora da ilha, caso um dia eles fossem resgatados.