Postado por: Maac Gouveia quarta-feira, 15 de julho de 2015

Livro: A Cor Púrpura
Editora: Círculo do Livro
Autor: Alice Walker
Páginas: 258

Sinopse: A Cor Púrpura - O livro narra a comovente trajetória de uma mulher negra na racista América do início do século passado. A Cor Púrpura é um romance feminista sobre a força e dignidade do espírito humano. Alice Walker foi vencedora do Prêmio Pulitzer em 1983.

A comovente história da adolescente negra começa em uma pequena cidade na Geórgia (EUA) em 1909. Celie, uma jovem com apenas 14 anos é violentada pelo pai e se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de engravidar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã. Ela é doada por seu pai a "Sinhô", que a trata mais como escrava do que como esposa. Grande parte da brutalidade com que Sinhô a trata provêm por alimentar uma forte paixão por Doci Avery, uma sensual cantora de blues, que foi sua amante e tem grande influência na vida de Celie. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie, que se tornou missionária na África. Conforme a trama se desenvolve, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.

O livro é narrado em primeira pessoa e tem uma linguagem bastante peculiar de uma "quase analfabeta".

A Cor Púrpura, livro da americana Alice Walker, fala sobre a brava história de uma mulher negra no começo dos anos 1900 desde sua infância, com a discriminação racial e abusos sexuais, até sua velhice, quando ela enfim consegue estabelecer uma vida bem diferente daquela que tivera outrora. Seu nome é Celie. Aos 14 anos foi estuprada pelo pai e acabou tendo dois filhos com ele, filhos esses que não puderam permanecer com eles pois as duas crianças foram doadas. Tudo que ela tinha e amava era então sua irmã Nettie, mas isso não durou muito. Celie foi oferecida para ser esposa – e empregada e babá de seus filhos - de um homem que ela chamava de Sinhô. Em nenhum momento Celie tinha seus atributos elogiados ou qualquer coisa boa notada... Ela era chamada de feia, incompetente e tantos outros insultos, mas não fazia nada. Era passiva, quase apática à situação que se encontrava, não falava com ninguém sobre, até por que não tinha com quem falar. Falava apenas para Deus.
E por meio de cartas – portanto um romance epistolar - que ela endereça primeiramente para Deus e, depois de algum tempo e reviravoltas, para Nettie, conhecemos sua história. A linguagem é bem pura e crua. São capítulos muitas vezes rápidos e pungentes com uma ortografia cheia de erros, assemelhando-se com a oralidade da língua, que torna tudo muito real. É um livro complicado de se ler... Ele tá dá raiva, te faz ficar confuso e te dá pena também. De como uma pessoa se deixa ser tratada de tal forma. E no caso de nossa Miss Celie, o preconceito não vem de brancos. Vem dos próprios negros, mas é de sua personalidade não fazer muita coisa a respeito.
Tudo muda, porém, quando Celie conhece e começa a se relacionar com Doci Avery, ex-mulher e amante de Sinhô (Albert), uma conhecida cantora que chega em sua casa doente e magricela. Doci é uma mulher forte, decidida, daquelas que nasceram para ganhar o mundo, independentemente do que lhe falem ou de quem a tente impedir. Celie mantém sentimentos, para mim, estranhos em relação a Doci. Uma espécie de idolatria e paixão, mas pelo menos a presença dela faz com que Celie veja que pode mudar a sua vida.
Outra pessoa também importante para a guinada na vida de Celie é Sophia, mulher do Harpo, filho do Sinhô. Acho a sua história particularmente a mais triste. É quase o inverso da de Celie. Sophia é uma mulher guerreira que sempre teve muita atitude. Não era submissa ao marido, não queria ser submissa para os brancos, nem para ninguém. O que foi sua ruína. Um dia, ela acabou levando um tapa do prefeito ao dizer para a primeira-dama que não queria ser empregada deles, e claro, ela revidou. O resultado disso foi a cadeia. Depois, sua família a conseguiu tirar de lá contanto que Sophia aceitasse o trabalho como empregada. A partir daí Sophia não era a mesma pessoa valente. Era uma pessoa abatida pela vida que aprendera da pior forma a se conformar com o que a vida lhe dava. Mesmo que fosse extremamente errado.
Já Nettie, irmã de Celie, virou missionária na África, e sempre foi a razão de Celie continuar vivendo. Nettie também tinha intenções puras de ver a irmã e a ligação que as duas tinham era extremamente bonito, forte e também doloroso. O livro também conta com uma ótima adaptação, bem fiel ao livro, um filme de Steven Spielberg com atuações de Danny Glover, Whoopi Goldberg, Oprah Winfrey e mais.
A Cor Púrpura é um livro dramático e cheio de personagens femininos fortes, gera ótimas discussões sobre temas como os direitos da mulher e a discriminação sexual e racial, mas eu esperava mais. Esperava sentir mais do que senti vendo o livro ou mesmo assistindo o filme, me emocionar mais. Não sei, acho que há outras histórias sobre o tema que emocionam mais... Mas o livro é bom. E talvez a história toque mais outras pessoas por suas determinadas razões.


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