Postado por: Maac Gouveia quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Livro: Laranja Mecânica
Editora: Aleph
Autor: Anthony Burgess
Páginas: 224


Sinopse: Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de "1984", de George Orwell, e "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, "Laranja Mecânica" é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.

Laranja Mecânica, o livro de Anthony Burgess faz parte da trindade distópica do século XX, junto com Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley e 1984, de George Orwell, que coroam a ficção científica com seus futuros apocalípticos e sociedades restritas. O livro de Burgess relata o universo das tribos urbanas numa sociedade ultraviolenta onde os adolescentes saem por aí na noite escura com suas britvas degoladoras ou forçar devotchkas ao bom e velho entra-sai-entra-sai.

Nosso humilde narrador, Alexander De Large, um garoto que adora sluchar músicas clássicas, mas que às noites mostra toda sua pura maldade, nos conta toda sua história, incluindo o seu conflito com o governo, o qual por meio de experimentos para a erradicação da violência acaba tirando a sua liberdade de escolha e o transformando em apenas mais um robô da sociedade que age de acordo com o que é certo. O livro, um romance de formação (bildungsroman, segundo os alemães) é dividido em três partes, cada uma com sete capítulos, que vai nos mostrando a trajetória desse menino de apenas catorze anos. Seu amadurecimento, as consequências que seus atos trazem, o que ele era e o que ele acabou se tornando...
Além do tema que deve ter chocado naquela época – estupro, roubo, espancamento, briga de gangues – Burguess criou um dialeto que mistura um pouco de russo com o inglês popular, o vocabulário nadsat, o que deixa no leitor uma sensação enorme de estranhamento. Se mesmo com os glossários das versões atuais, a sensação de incômodo e estranheza é latente, sem ele então, como eram nas primeiras versões do livro, deveria ser bem maior. A linguagem que Burguess usa vai além dessas novas palavras, mas é também ritmada cheia de repetição de palavras e figuras de linguagem que adicionam sons aos verbos o que deixa a leitura mais sinestésica como “a lareira crepitava crep crep crep” e “tossiu kof kof kof”.
E então logo depois de acabar o livro eu fui assistir a adaptação produzida e dirigida por Stanley Kubrick. O filme que é de 1971 talvez seja por onde as pessoas mais conheçam a história de nosso pequeno drugui, tanto é que o chapéu e o olho-engrenagem são um símbolo muito conhecido. Com uma atuação ótima de Malcolm McDowell, a história foi perfeitamente passada para as telonas. Você ainda consegue sentir-se horrorizado com os acontecimentos, apesar de não tão confuso quanto no livro que te dá “uma experiência completa”.
Em suma, Laranja Mecânica é um livro cruel, brutal, mas que nos dá uma grande perspectiva acerca da liberdade e do comportamento humano. Além de nos transportar totalmente para um novo mundo. Pois mesmo não havendo inovações tecnológicas ou um governo brutal que precisa ser derrubado, Laranja Mecânica consegue criar uma realidade totalmente diferente e crível, por isso não é espantoso ser um dos marcos da ficção científica. É um livro realmente horroshow.



{ 1 comentários... leia-os abaixo e comente também! }

  1. Amei a capa. Nunca tinha ouvido falar sobre esse livro, mas pelo o que eu li em sua resenha, vou gostar muito! Adoro livros com temáticas desse tipo.
    Parabéns pela resenha!
    Bjs
    Se quiser visitar o meu blog, vou ficar feliz :)
    http://chuvacobertaelivros.blogspot.com.br/2015/02/resenha-correr-ou-morrer.html

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