Postado por: Maac Gouveia segunda-feira, 15 de setembro de 2014


Livro: O Céu é de Esmeraldas
Editora: Chiado Editora
Autor: Vitória Trombetta
Páginas: 334

Sinopse: Asterix, futuro planeta Terra. O que conhecemos hoje foi classificado como os Anos Perdidos e o novo futuro é algo completamente diferente. As leis mudaram após uma invasão espacial, os Seres impõem regras e a consequências caso haja problemas é simples: aniquilação total ou parcial. Após um tempo, há um acordo. Só que o está por vir, parece se recusar a ter uma solução. Do outro lado do mundo, Louise e Verônica vivem sem saber das verdades de seu passado. Em meio de olhares e metáforas, a realidade parece não parece ser tão diferente de como é. As descobertas começam a surgir e nenhuma novidade parece ser o suficiente. Enquanto o tempo está acabando cada vez mais depressa, o desespero, as emoções intensas e as ações imprevisíveis são inevitáveis. E há tudo com tanta rapidez e sutilidade, que não há como escapar da morte. 

O planeta Terra agora é chamado de Asterix. Esta época na qual vivemos, os Anos Perdidos. Depois de uma invasão espacial, na qual foram implantadas novas regras, os humanos, uma raça inferior, foram “dominados” pelos Seres, uma raça superior de outra galáxia. Eles ajudaram a raça do antigo planeta Terra com uma tecnologia avançada e criaram soluções para os problemas que consistiam em aniquilação total ou parcial. Grande parte da população foi dizimada e a raça humana foi aperfeiçoada. Era um novo e brilhante futuro orquestrado pelos Seres.
Louise e Verônica não sabiam, mas estavam prestes a se meterem em problemas. Ou seriam elas mesmas o problema? (Talvez fossem até, de certa forma, uma solução.) Elas eram exemplos da mais exímia perfeição humana. Os olhos de Louise pareciam um poço de ouro líquido, os de Verônica fossos de esmeraldas. Seus pensamentos e suas atitudes eram genuínos. Mas em compensação, elas não eram normais. Elas iam além da perfeição planejada pelos Seres, elas eram chamadas de Imunes. E o que elas iriam descobrir sobre sua origem, poderia deixa-las cada vez mais perto da morte.
Gosto sempre de tentar sintetizar o livro – ou as emoções que tive ao longo da história – em apenas um adjetivo... E “confuso” cairia bem para O Céu é de Esmeraldas. Principalmente na parte um do livro, o começo, e o epílogo, partes cruciais que a meu ver deveriam ser as mais trabalhadas. A ideia central da trama é boa, mas não foi tão bem aproveitada.
A primeira parte do livro que deveria introduzir-nos à história do livro, na verdade não introduz muito. Há vários pontos não explicados que ao invés de deixarem uma aura de suspense, deixam um clima de confusão. Você passa a não entender o que está acontecendo, os diálogos parecem sem nexo e a história em si parece não prometer muita coisa. E é aí que vem a segunda parte, mais promissora e melhor desenvolvida.
Nela que conhecemos os Imunes - espécies criadas em laboratório para serem imunes a tudo, até parcialmente da morte – e seu papel primordial na história. Uma praga, inicialmente criada em laboratório, acabou acometendo todo o litoral de Asterix e a única cura parecia estar relacionada aos Imunes. E então aí começa uma caçada aos Imunes, aberrações genéticas, num pensamento de “treze por milhões.”.
Era essa a parte que deveria ter sido mais bem aproveitada... O livro deveria ter começado com este enfoque, nos Seres, nos Imunes, em suas histórias. Os Seres foram só um pano de fundo para história, apenas como uma explicação. E eu realmente gostaria de ter visto mais sobre Imunes. Suas características e personalidades foram tão bem definidas, pareciam personagens tão bem construídos, que foi um desperdício não serem usados tanto quanto deveriam. Se esse tivesse sido o foco da história, seria mais fácil de defini-lo, entende-lo, mas do jeito que foi feito, fica tudo confuso. Com outra ordem cronológica e menos enfoque na relação Louise-Verônica, o livro teria sido melhor. De qualquer forma, esta segunda parte que salva o livro.
A linguagem é rica e bem usada, cheia de metáforas, pensamentos e olhares significativos. Principalmente as duas meninas, as principais do livro, se perdiam em meio a divagações e utopias sobre o amor, o infinito e a vida. Era bonito e por muitas vezes inteligente. Deixava o livro mais denso, mais filosófico. Só o que atrapalhava eram os constantes erros de português e de digitação e a falta de sinalização nos diálogos, os quais muitas vezes eu me perdia.
          De qualquer forma é um livro bom pelas suas ideias, pensamentos e pela história em si. Entendo que se a organização do livro fosse mudada, como eu descrevi acima, o livro mudaria um pouco sua temática, assumindo um contexto muito mais de romance YA e talvez por isso a autora tenha preservado esse estilo. Cabe a cada um entender as nuances do livro – e principalmente o final... – pois potencial o livro tem.


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