Postado por: Maac Gouveia segunda-feira, 19 de maio de 2014

Livro: Réquiem para um Assassino
Editora: Bússola
Autor: Paulo Levy
Páginas: 224

Sinopse: Parecia uma manhã como outra qualquer na pequena Palmyra, uma cidade histórica no litoral do Rio de Janeiro. A caminho do trabalho, o delegado Joaquim Dornelas se espanta com um movimento incomum nas ruas. Diante da Igreja de Santa Teresa e da Antiga Cadeia, no Centro Histórico, uma multidão observa o corpo de um homem atolado na lama seca do canal. Ninguém sabe como o corpo foi parar lá. Não há sinais de arrasto, marcas de barco, violência, ferimentos, nada. Apenas um band-aid na dobra interna do braço esquerdo. Abandonado pela mulher e longe dos filhos, o delegado Dornelas, um tipo humano, amante de cachaça e de mingau de farinha láctea, se envolve de corpo e alma no caso em busca de salvação. Sem aviso, a irmã do morto e um vereador poderoso aparecem para dar informações importantes sobre o que se tornaria um caso de dimensões bem maiores do que Dornelas poderia imaginar. Aos poucos se revela uma complexa teia de interesses envolvendo a política, o tráfico de drogas, a prostituição e a comunidade local de pescadores. A intuição aguçada, a cultura e o conhecimento das forças que movem a natureza humana permitem ao delegado Joaquim Dornelas se mover habilmente pelo emaranhado de fatos e versões que a trama apresenta. O que a princípio seria mais uma investigação na sua carreira, se torna para o delegado uma jornada de transformação pessoal.

Aconteceu na pequena cidade histórica no interior do Rio de Janeiro, um crime que o pessoal local já começou intitulando de o Crime do Mangue... Um corpo foi encontrado, trazido pela maré, no mangue atrás da igreja do Centro Histórico da cidade, lugar cartão-postal para os turistas. O delegado Joaquim Dornelas que passava na sua caminhada matinal em direção à delegacia, preocupado com o corpo – se deixasse o homem lá, os urubus logo partiriam para cima, além de que a maré já estava subindo, ou seja, as pistas de como ele chegara ali sumiriam – desceu a amurada e puxou o homem para cima, fazendo o serviço que normalmente era da Perícia, mas que pelo tempo ele tivera que fazer... Um caso como esse - um corpo no cartão postal da cidade – chamou logo a atenção dos jornalistas e da politicagem e o que parecia ser um crime comum acabou envolvendo Dornelas numa teia que envolvia tráfico de drogas, política e uma grande corporação.
              E é com esses três pilares básicos que Paulo Levy começa a construir Réquiem para um assassino, uma trama cheia de suspense. O crime como um todo foi muito bem arquitetado, e principalmente Dornelas foi um personagem bem construído. Ele descobria cada detalhe da investigação, analisava as minúcias e com sua inteligência e sagacidade fazia com que seus acusados deixassem as coisas escaparem, sem precisar fazer muito esforço. Ao longo da história, o crime vai se desenrolando e você começa a formular teorias, apontar direções, ou seja, você se envolve naquela história tentando achar o culpado assim como em toda boa história de suspense policial.
             Ainda falando do enredo, Dornelas além deste caso particularmente difícil, tem que lidar com sua vida pessoal atribulada e tomar cuidado para uma coisa não atrapalhar a outra. Sua recém-separação e a distanciação de seus filhos que isso provocou são alguns dos problemas que o delegado enfrenta, além do possível surgimento de um amor. A linguagem do livro é legal; não é aquele tipo de linguagem totalmente culto, mas também não chega a ser um linguajar popular.
               O que acho que faltou no livro foi uma maior descrição dos personagens. A descrição dos lugares, dos fatos e do desenrolar da investigação eram ótimos, até mesmo a personalidade dos personagens, mas a descrição física foi algo que eu senti falta. E outra coisa na qual o livro pecou foi em seu final. A dúvida que o autor tentou deixar nos dois últimos parágrafos para mim não foi saudável... Ao invés de me deixar curioso, me deixou com um sentimento de que tudo aquilo não fora verdade.
               Apesar disso, ressalto que é um bom livro, um romance policial com um conflito bem arquitetado, e também é curtinho. E nacional! Como sempre devo dizer que valorizemos mais nossa literatura nacional. Morte na Flip é a continuação deste livro, mais uma aventura protagonizada pelo intuitivo delegado Joaquim Dornelas.


{ 1 comentários... leia-os abaixo e comente também! }

  1. Ai, adorei sua resenha, estou para receber esse livro e agora fiquei mais curiosa ainda.E não sabia que Morte na Flip é a continuação,bom saber.
    Resenha ótima.
    bjs

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