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- Resenha: Simplesmente Ana, de Marina Carvalho
Postado por: Maac Gouveia
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Livro: Simplesmente Ana
Editora: Novo Conceito
Autor: Marina Carvalho
Páginas: 304
Sinopse: Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha… Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex. Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro. A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam. Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.
Simplesmente Ana foi o primeiro livro nacional que
eu li que é mais contemporâneo, já que todos os outros brasileiros que eu havia
lido, eram de literatura clássica. E isso foi uma experiência muito boa! Tanto
o fato de a linguagem ser mais jovem, mais atualizada, mais descontraída quanto
o de a personagem ser brasileira, nos aproximam muito da história. Citando Ana
Maria Braga, Fantástico e Jota Quest, por exemplo, a experiência de ler o livro
torna-se bem mais próxima, mais real.
Ana, a personagem brasileira mencionada acima, é
uma estudante de Direito de Belo Horizonte, Minas Gerais, que de uma hora para
a outra tem sua vida virada ao avesso: ela descobre que seu pai, o qual não
conhecia, é o rei de um pequeno país do Europa, ou seja, isso fazia dela uma
princesa! A princesa da Krósvia! Tendo que largar a família, a faculdade e um
quase-namoro aqui no Brasil, Ana vai para a Krósvia para pelo menos passar um
tempo com o pai e conhecer essa outra parte da vida dela, mas acaba achando
motivos para talvez ficar por lá...
A vida de princesa não é fácil... Mesmo tendo
pessoas especiais ao seu lado como Karenina, cozinheira do castelo, Irina, uma
faz-tudo que a ajudou até a tomar um banho de loja na cidade de Perla, capital
da Krósvia, ou tia Marieva, Ana passou por alguns perrengues. A maioria deles
envolvendo paparazzi e Alex Jankowski, seu “quase-irmão”, enteado de seu pai
Andrej.
O livro, como já dito no parágrafo inicial,
consegue se conectar com a gente, até pelo fato da história ser leve e
divertida, mas a história em si, o plot como alguns chamam, não é forte.
Pelo menos o livro é direto: começa já com as revelações, nada de enrolações...
Porém é uma história sem muitas reviravoltas, sem um grande objetivo bem definido.
Tudo gira em torno de um romance. Claro, é um livro de romance, mas eu estava esperando mais desse enredo, que
mesmo já usado outras vezes, poderia ser reaproveitado com algumas surpresas.
Parafraseando o filme Rango, eu
queria ver o “momento irônico e inesperado que catapultasse o nosso herói para
o conflito”... Adjetivando o livro, diria que ele é morno no quesito enredo,
mas legal pra quem gosta de romance.
No entanto, alguns personagens são bem construídos.
Às vezes me surpreendia com as atitudes de Ana e às vezes achava o personagem
de Alex forçado demais, aquele típico bad boy com bom coração, mas isso variava
muito no decorrer da história. Os personagens secundários – e põe secundário nisso, pois
o livro é basicamente Ana/Alex e os desfechos dos outros foram reunidos em um
único capítulo e alguns mal foram resolvidos – também são legais. Irina,
Estela, Karenina, Andrej, Marieva, até os pequeninos Luke, Luca e Giovana eram
agradáveis.
Marina
Carvalho escreveu um bom livro de romance contemporâneo, mas não vá esperando
grandes surpresas. Espere algo aos moldes de Diário de uma princesa, de Meg
Cabot – o livro é até citado em Simplesmente Ana, provavelmente foi uma clara
referência para o livro ser escrito – e os livros de Sophie Kinsella. E mesmo
com todos os contras acima, o livro é bom. Aliás, vai ter até ter uma continuação para ele... Espero que no próximo tenha um plot mais definido, pois a atmosfera do livro é realmente agradável. E eu sei que já disse, mas o livro é nacional! Olha só que beleza! Viva
a literatura nacional! Que cada vez mais saiam histórias de qualidade daqui e que elas ganhem
o mundo.