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- Resenha: Ratos, de Gordon Reece
Postado por: Maac Gouveia
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Livro: Ratos
Editora: Intrínseca
Autor: Gordon Reece
Páginas: 240
Sinopse: Shelley e a mãe foram maltratadas a vida inteira. Elas têm consciência disso, mas não sabem reagir — são como ratos, estão sempre entocadas e coagidas. Shelley, vítima de um longo período de bullying que culminou em um violento atentado, não frequenta a escola. Esteve perto da morte, e as cicatrizes em seu rosto a lembram disso. Ainda se refazendo do ataque e se recuperando do humilhante divórcio dos pais, ela e a mãe vivem refugiadas em um chalé afastado da cidade. Confiantes de que o pesadelo acabou elas enfim se sentem confortáveis, entre livros, instrumentos musicais e canecas de chocolate quente junto à lareira. Mas, na noite em que Shelley completa dezesseis anos, um estranho invade a tranquilidade das duas e um sentimento é despertado na menina. Os acontecimentos que se seguem instauram o caos em tudo o que pensam e sentem em relação a elas mesmas e ao mundo que sempre as castigou. Até mesmo os ratos têm um limite.
Shelley passou meses sofrendo bullying na escola e
isso deixou muitas marcas nela. Tanto físicas, quanto psicológicas e
comportamentais. Ela era passiva, submissa e não reagia frente às crueldades de
suas opressoras. Era um rato. Incapaz
de fazer algo além de aceitar seu destino e se esconder. Parte desse
comportamento já derivava das semelhanças com sua mãe - também um rato que “aceitou” o divórcio e agora
trabalha numa empresa num cargo desvalorizado onde os chefes descarregavam seus
casos nela e um deles, até a assediava – e a outra parte se agravou vindo do
resultado das terríveis agressões feitas pelas Jets – as ex-amigas de Shelley,
Jane Ireson, Emma Townley e Teresa Watson – que trouxe também as feias
cicatrizes no seu pescoço e na sua testa.
Não querendo mais voltar à escola, elas procuraram
uma casa afastada da cidade, isolada no campo, sem vizinhos por perto, onde
Shelley, prestes a completar dezesseis anos e ser submetida aos exames finais,
passaria a estudar em casa com dois tutores. Ou seja, elas continuavam agindo
como ratos. Mas na fatídica madrugada
de onze de abril, aniversário de dezesseis anos da garota, um homem – um gato – invade a casa delas e a partir daí
tudo muda em suas vidas.
O livro poderia ser adjetivado com uma palavra: perturbador. A aura que se instaura após
aquela madrugada é sinistra, eletrizante e impactante. Gordon Reece escreve um
thriller psicológico que nos deixa pensando o que faríamos caso estivéssemos no
lugar delas. Agiríamos como sempre, passivamente, escolhendo nossos princípios,
ou tentaríamos ir contra nossa própria natureza? É interessante ver também a
relação que Shelley tem com sua mãe, Elizabeth, e como uma influencia a outra,
como estão juntas em tudo.
Quase não dá para resenhar este livro sem soltar
alguns spoilers, mas o livro me
lembrou um pouco A Menina que Não Sabia Ler. Tem capítulos rápidos - porém em grande quantidade - e poucos personagens, o que contribui para o grande desenvolvimento psicológico das nossas duas protagonistas, mãe e filha. Numa escrita shakespeariana –
tanto é que várias vezes o livro Macbeth é citado no livro, deixando claro sua
intertextualidade – vemos como elas se adaptam com o passar do tempo, como se
adaptam para sobreviver. As frases finais do livro enfatizam isto: elas
não se transformaram, não estavam novas em folha, elas haviam se tornado
melhor, se aperfeiçoado.
Além da ótima
escrita de Reece, bem detalhada, descritiva e por vezes filosófica que nos
choca e nos arrepia ao mesmo tempo em que nos dá pena de ver o quanto as
pessoas podem ir longe quando estão sob pressão, a capa é particularmente
interessante. O sangue nas paredes, a toca do rato – que é realmente cortada da
capa – é um arranjo simples, mas profundo. O enredo nos mergulha em questões
filosóficas e comportamentais e totalmente mexe com você. Brinca com suas
questões éticas e morais, mas de qualquer forma você não consegue deixar de se
afeiçoar àquelas mulheres. Principalmente por Shelley, já que o modo como o
autor escreve, nos deixa bem a par das reflexões da garota, como se
estivéssemos dentro de sua própria consciência. Enfim, Ratos é um thriller psicológico
dúbio e arrebatador.
O livro é ótimo, sem dúvidas, só que mais pro meio do livro começa a enrolar um pouco. Apesar disso, foi um dos livros que eu mais gostei!
ResponderExcluirBeijos,
Não é aquele livro que você fala "NOOOOOOSSA, QUE MASSA!", mas é legalzinho! Gostei muito da sua resenha!
Beijosssss!
http://pizzaandbooks.blogspot.com
O livro é ótimo, sem dúvidas, só que mais pro meio do livro começa a enrolar um pouco. Apesar disso, foi um dos livros que eu mais gostei!
ResponderExcluirBeijos,
Não é aquele livro que você fala "NOOOOOOSSA, QUE MASSA!", mas é legalzinho! Gostei muito da sua resenha!
Beijosssss!
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