Postado por: Maac Gouveia terça-feira, 14 de janeiro de 2014


Livro: Puros
Série: Puros
Editora: Intrínseca
Autor: Julianna Baggott
Páginas: 368

Sinopse: Pressia pouco se lembra das Explosões ou de sua vida no Antes. Deitada no armário de dormir, nos fundos de uma antiga barbearia em ruínas onde se esconde com o avô, ela pensa em tudo o que foi perdido — como um mundo com parques incríveis, cinemas, festas de aniversário, pais e mães foi reduzido a somente cinzas e poeira, cicatrizes, queimaduras, corpos mutilados e fundidos. Agora, em uma época em que todos os jovens são obrigados a se entregar às milícias para, com sorte, serem treinados ou, se tiverem azar, abatidos, Pressia não pode mais fingir que ainda é uma criança. Sua única saída é fugir.

Houve, porém, quem escapasse ileso do Apocalipse.

Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família se desfez: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu o suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo do Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase dita sem querer dá a entender que sua mãe pode estar viva, ele arrisca tudo e sai à sua procura.

Dois universos opostos se chocam quando Pressia e Partridge se encontram. Porém, eles logo percebem que para alcançarem o que desejam — e continuar vivos — precisarão unir suas forças.

Aqui estamos com mais uma distopia... Esta, pós-apocalíptica, com um grande teor militar. Já li alguns livros do gênero como Jogos Vorazes ou Legend. A primeira com uma sociedade opressora e muita morte e violência, a segunda com um grande teor militar e aquela história de dois mundos opostos se encontrando. Porém, mesmo estando acostumado com cenários assim, Puros me surpreendeu... Essas duas podem ser até ser violentas, mas esse livro de Julianna Baggott vai além de um desastre político, mas também um desastre natural.
Depois das Explosões, o mundo inteiro mudou. Os recursos naturais ficaram escassos, a vegetação é rara, apenas em alguns pontos estão se regenerando e o ar é denso, cheio de fuligem e poeira, com uma camada de névoa cinza que empata a luz do sol e dificulta a respiração. Aqueles que sobreviveram e habitam no quase inóspito mundo, miseráveis, acabaram se tornando anomalias. Cada um fundido com alguma coisa ou alguém... Os Grupais, mais de uma pessoa aglomerada; Os Feras, juntos com animais e os Poeiras, que acabaram sendo grudados com a terra e pedras. Além daqueles com fusões normais como Pressia, a menina com punho de cabeça de boneca ou seu avô, que tem uma ventoinha alojada no pescoço...
Também há aqueles que sobreviveram intactos, os abençoados. Eles vivem no Domo, o olho benevolente de Deus, como o nome já diz, é uma redoma que protege os seus corpos saudáveis e superiores de todo esse exterior poluído. Mesmo assim, todos saem com perdas, sendo do Domo ou não. Partridge, por exemplo, perdeu a mãe que não conseguiu chegar ao abrigo do Domo e o seu irmão cometeu suicídio. Além de que seu pai está emocionalmente distante. Mesmo estando a salvo dentro do Domo, Partridge resolve fugir de lá, quando uma frase mal dita indica que sua mãe pode estar viva... E então, esses mundos opostos se chocam e acabam revelando muitos segredos.
"O mundo dá e tira." Essa frase, dita tanto por Pressia, uma garota forte, perseguidora de seus ideais, quanto por Partridge, um menino que decide abdicar o que tem para buscar algo que ele verdadeiramente acredita, resume também um pouco do livro. Cheio de luta, decepção, sacrifícios e principalmente procura. Tanto por sua própria identidade, sua família, seu passado quanto por justiça e liberdade.
Antes de ler esse livro, eu, óbvio, tinha algumas impressões em relação a ele... Essa história de mundos opostos que se encontravam me parecia tão clichê, tão outras coisas que eu já havia lido, porém ele se mostrou uma coisa única, emocionante. O livro me chocou mais pelo fato dos personagens não serem belos, perfeitos - com exceção, claro, dos Puros - com aquelas narrativas secas, normais, sem muitas perdas e só felicidade. Puros é o contrário disso. É muito real. Mas claro, só tive uma vontade grande de ler esse livro do meio para o final, pois o começo ainda não me atraía tanto. Além de que erros na tradução deixavam a história bem estranha e às vezes eu relia os trechos para entender.
É um livro totalmente envolvente. Você consegue se por no papel do personagem, sentir aquele frio na barriga e congela com aqueles momentos de total crueldade... Mexe com você em todos os sentidos. Talvez quem leia esse livro consiga perceber um novo significado para "beleza", para o que realmente importa e coisas do tipo.
Mesmo gostando do primeiro livro dessa trilogia {que confesso só descobri que existia quando terminei de ler, pois achei que era livro única} acho que aconteceu coisa demais para um livro só. Consigo ver uma saída para um próximo livro, um enredo que possa ser tão envolvente como esse, mas ainda assim acho que o livro poderia ter sido um pouco menos acelerado. Porém uma coisa é certa, Baggott conseguiu escrever uma brilhante história. Todos os lances de nanotecnologia, biomedicina, radiação, conspiração, tudo isso parece ter sido metricamente pesquisado para que pudesse nos dar uma história boa e pura.


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