Postado por: Maac Gouveia quinta-feira, 31 de janeiro de 2013






Hum... Não é que realmente possamos sentir o gosto dos livros, mas é realmente uma delícia devorá-los. Sabe quando te dá aquela onda de vontade e você não consegue largar o livro, ansiando pelo que encontrará na página que vem? É por que o livro é tão maravilhoso que você simplesmente vicia. Você até tenta ler devagar, mas a fome é maior e você acaba lendo tudo aquilo em segundos. Nessa coluna do blog, iremos te dar dicas para que você conheça novos livros ou conheça melhor alguns para que possam mascar eles, tal como fossem um chiclete, saboreando cada página, cada linha, cada parágrafo. E vamos lá! Sabor de hoje: Distopia.

Essa tema já é vem velhinho... Desde 1932 vem fazendo sucesso e a cada dia, ganha mais adeptos à leitura de tais livros. Um exemplar que marca bem essa época e marca como um todo as distopias é Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley. Nessa sociedade futurística {que é um traço marcante desse estilo literário} não há conceitos básicos como temos hoje, tais como família, além de não ter uma ética religiosa e valores morais. Todos os seres humanos são já pré-definidas para obedecer as leis e regras sociais. Não que isso seja tão diferente de atualmente, já que a grande questão é que no momento, não somos pré-definidos à isso, mas sim obrigados. 

Outro grande e importante autor distópico é George Orwell. Com grandes livros como 1984 e A Revolução dos Bichos perdura até hoje. O primeiro, 1984, conta a história de um regime totalitário e oligárquico que é capaz de reprimir todas as pessoas que se opuserem à tal fato. Já em A Revolução dos Bichos, Eric Arthur Blair {nome por trás do pseudônimo George Orwell}, faz quase que um crítica a política e busca a figura de animais para representar as fraquezas humanas. Quando um velho porco sente que chega a hora de partir, ele conta aos demais animais o que sempre fora seu sonho: eles serem governados por si mesmos, sem ter que se submeter aos desejos e ordem dos humanos alegando a igualdade entre eles, os bichos e os bípedes que os exploravam. Após a morte deste velho porco, dois suínos mais novos assumem o controle e a história se desenvolve em cima disso. Com uma história repleta de quebra de valores e corrupção, Orwell tenta mostrar mais uma faceta dos defeitos humanos.

E esses foram uns dos mais velhinhos e clássicos livros distópicos. Mas atualmente, parece que essa febre voltou e vários livros estão à venda no mercado seguindo essa mesma temática. Um deles é Jogos Vorazes. {Link da Resenha} Numa sociedade futurística e opressora, doze distritos são obrigados a custear a Capital, que as comanda, praticamente. Uns distritos são ricos e também recebem um pouco de ajuda da Capital, enquanto outros são totalmente abandonados quase que completamente à miséria, mas nenhum deles escapa dos Jogos. Os Jogos, foi o jeito em que essa sociedade encontrou para que todos seguissem às regras e todos os anos, um casal de tributos de cada distrito, totalizando 24 crianças entre 12 e 18 anos, eram levadas a uma arena para que então, lutassem até a morte. Toda essa brutalidade parece ser realmente adorada para os habitantes excêntricos da Capital, que não se preocupam com as vidas que eram perdidas ali. Suzanne Collins consegue fazer com que fiquemos nos perguntando "E se acontece atualmente?". Não seria nada bom... Mas, como mesmo no século XXI, muitas pessoas são capazes de tudo para ter e demonstrar o poder, não tenho tanta certeza que coisas até piores que essa não possam vir a acontecer um dia.

E é na base de outra sociedade opressora que nós vamos agora. Divergente nos leva até uma Chicago futurista onde a sociedade é divida em cinco facções. Cada uma idolatrando, por assim dizer, um valor. Abnegação, que valoriza o altruísmo; Amizade; Audácia, a coragem; Franqueza e Erudição. Aos 16 anos, todos os jovens são postos num teste de aptidão para ver à qual facção irão se unir e assim passar o resto de sua vida lá. Se você não pertence à nenhum desses clãs, é como se você fosse invisível. Beatrice Prior, acaba fazendo o teste de aptidão e não se enquadrando em nenhuma delas. Ela é uma divergente e acaba tendo que decidir ficar com sua família ou seguir sendo realmente quem ela é... Mas claro, que terá consequências. Consequências enormes e até inimagináveis que podem mudar a vida dela e também da sociedade supostamente ideal onde vive. Uma escolha realmente pode te transformar.


De Panem à uma Chicago dos tempos futuros, vamos para Illéa, onde antes era o Estado Americano da China, ex-Estados Unidos. Numa sociedade dividida em castas onde o número de sua casta representa e muita, somos apresentados à uma competição pela realeza e mais ainda, pela vida. Quem em Illéa não quereria ser da casta um, a casta da nobreza? E é isso que 35 garotas disputam. Um único lugar na realeza e no coração de Maxon, o príncipe. America Singer, nossa protagonista, é uma Cinco e se vê em desespero ao estar entre as Selecionadas... Pois isso significa deixar seu grande amor pra trás, Aspen, mesmo ele sendo uma casta abaixo à dela e isso não sendo bem visto pela sociedade; Significa abandonar a família e tudo que ela conhece. Mas, ao conhecer o príncipe, parece que novas perspectivas de vida chegam à menina. Quem sabe ela não se tornaria a rainha? Mas antes de ter sua vida reduzida à belos vestidos, reuniões reais e um pouco mais de segurança e conforto, ela terá que passar por toda A Seleção.

O cenário de Legend é Los Angeles. Não agora, mas sim num futuro distante, mais precisamente 2130 D.C. Desta vez, o território da República da América, é dividido em dois grandes países. República e as Colônias, que estão constantemente se confrontando. Os Republicanos são classificados mediante o seu QI, quando aos 10 anos se submetem a um teste. June, órfã dos pais, mas símbolo de sua nação, tem um intelecto privilegiado, mas é inquieta e às vezes ela faz algumas coisas que seriam proibidas pelos dirigentes da república. Day, é o outro lado da moeda. Veio de uma favela e agora foge da república, ninguém sabe dados sobre o menino, nem mesmo conhecem o seu rosto. Se ele tem algo em comum com June?  Só a idade e a inquietude mesmo. E com certeza eles nunca se encontrariam se não fosse um incidente do destino. Day é acusado de assassinato e justamente o assassinato do irmão de June, único membro da família que a garota tem por perto. Então, ela não deixará barato e jurou que encontraria o assassino.


Como você se sentiria se não pudesse escolher o par da sua vida, e seu Destino fosse comandado pela Sociedade? Não seria bom. As distopias geralmente seguem esse rumo: sociedades opressoras, muitas vezes até ridículas e que sempre nos fazem pensar como seria se realmente existissem... O problema às vezes vêm não de novas sociedades, mas sim do que nós fazemos na atual, acabando com os recursos. Imagine um mundo sem água ou comida fácil? É tão terrível que não devemos nem pensar. Voltando ao livro, Cassia acha que tudo que a Sociedade faz está perfeito. Ela não tem muito do que reclamar... Deixar que escolham seu parceiro em troca de segurança, uma boa vida, um bom emprego, não parece muito mal. Mas, quando aos 17 anos no Banquete do Par acontece algo muito estranho, ela começa a ver alguns defeitos. Primeiro, na tela onde deveria aparecer o seu par, aparece seu amigo, Xander. Depois, a tela apaga-se e quando volta a acender, traz um novo menino, Ky, e depois novamente apaga. É aí que Cassia perde a total confiança que tinha e deve escolher entre a segurança e o risco, o que lhe é destinado ou uma vida nova.

E esses foram apenas alguns exemplos. Há uma diversidade enorme de títulos que caibam nesse tema. E pelo contrário, eles não são tão parecidos uns com os outros e ainda há muito espaço nesse meio. Starters é um exemplo. O livro conta como uma empresa aluga corpos. Isso mesmo. Pessoas mais velhas podem alugar o corpo de pessoas mais novas para que possam vivenciar mais experiências em um corpo mais novo. Em Delírio, o amor é uma doença e também uma cura. Em determinada idade, todos devem tomar a vacina para que não se infectem... Mas infelizmente antes de ser curada, Lena, que antes acreditava que nunca teria aquela doença, acaba amando. Então ela tem que decidir se segue as regras ou seu coração.

E é isso. A lista é longa. Tanto quanto a crueldade humana. E é isso que esses livros também pretendem mostrar... Um jeito de como a sociedade poderia se tornar, caso continuemos com as mesmas atitudes. Atitudes egoístas, que pensam apenas no material. Sociedades exatamente assim podem não existir, mas podem até estarem mascaradas, escondidas sob algum disfarce. 

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