Eu como fã dos livros de Rick Riordan não pude deixar de ler esta série. Parecia muito cedo para se despedir de Percy naquele momento e eu queria acompanhar um pouco mais de sua vida como semideus. Então por isso desde que havia escutado falar sobre Os Heróis do Olimpo já havia ficado animado. E esta nova série prometia uma coisa legal: além da mitologia grega, envolveria também mitologia romana. Ou seja, tinha tudo para dar certo – pelo menos para quem gosta de livros de aventura e ação e que tenham mitologia, ou seja, eu. E realmente deu. Pelo menos neste primeiro livro.

Temos algumas mudanças drásticas logo de início. A narrativa não é mais em primeira pessoa e sim em terceira. Mesmo perdendo um pouco daquela intimidade que tínhamos ao parecer que “estávamos dentro da cabeça do personagem”, a escrita de Riordan continuou ótima. Até evoluiu, posso dizer. É escrita pelo ponto de vista de três personagens diferentes. E novos. Jason, Piper e Leo. Ou seja, nada de Percy Jackson narrando – ele, na verdade, está desaparecido.

Jason Grace – talvez você tenha reconhecido o sobrenome, então isso mesmo, irmão de Thalia Grace – é filho de Júpiter, que seria o correspondente romano de Zeus. Começamos a história numa excursão da Escola da Vida Selvagem onde parece que Jason está faz algum tempo – tanto é que já tem um melhor amigo, Leo Valdez, e uma quase namorada, Piper McLean – só que não se lembra mais de quase nada. Para piorar, neste mesmo dia eles descobrem que nem seus pais nem eles são exatamente normais e vão para o acampamento meio-sangue. Não demora muito para que eles devam partir em uma missão.

“Os Heróis do Olimpo” segue a profecia que vemos no fim da série Percy Jackson e os Olimpianos, a que fala sobre sete heróis semideuses, então sabemos que os três estão nesta profecia e ficamos especulando mais sobre quem seriam os outros quatro. Jason é loiro dos olhos azuis e bem certinho, sério, quase o oposto de Percy. Piper McLean é filha de um astro do cinema e tem traços nativos e mesmo sendo filha de Afrodite, contrariando alguns, ela prova seu valor e é forte e determinada. Desde o começo eles são um casal, mas mesmo assim não consegui ter muita empatia por ambos, principalmente por Jason. Jason me parecia um personagem sem graça, sem sal. Talvez eu sentisse isso por gostar tanto de Percy e Annabeth.

O terceiro personagem, Leo Valdez, é simplesmente impossível de não se sentir cativado. Ele é o alívio cômico do livro. (E também Gleeson Hedge, um sátiro velho e rabugento, protetor deles.) Filho de Hefesto com cabelos pretos encaracolados e um sorriso malicioso está sempre fazendo graça e de um jeito bem natural. Mas o humor e esse jeito de ser são para esconder as tristezas que viveu no passado.

Como todo livro de Riordan, esse está recheado de aventuras, viagens, ação e monstros. É ótimo e a série promete muito. É impossível também deixar de comparar esta nova série com a sua anterior, mas ambas têm seus pontos fracos e fortes. Como podem ver, mal foi falado sobre o enredo do livro já que esse, assim como os outros livros de Riordan, consegue se resumir na primeira frase desse parágrafo, mas de alguma forma Rick consegue sempre trazer coisa nova e legal. Vale a pena até acompanhar a série pelos personagens. Tanto os antigos, quanto os novos, que são igualmente bons.