Postado por: Maac Gouveia segunda-feira, 21 de julho de 2014


Filmes, séries, graphic novels, animações... As obras agora sempre acham um jeito de se reinventarem. Parece que é necessário esse apelo visual, ver as cenas não apenas em nossa imaginação, mas sim elas "realmente" acontecendo. Essa coluna representará realmente isso: as adaptações dos livros para o cinema. Ruins ou boas. Não importa.

SinopseDiagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

Obs: Esta crítica pode conter spoilers sobre o livro deste filme ou do livro/filme de A Culpa é das Estrelas.

Fui ao cinema esperando assistir uma história tão delicada quanto a que é retratada no livro. E foi exatamente isso o que eu vi: uma história que mescla beleza, tristeza e a imprevisível vulnerabilidade da vida. Além de uma extrema fidelidade à obra original que tanto consagrou John Green, tornando-o um autor best-seller. A Culpa é das Estrelas - que está saindo de cartaz, sua estreia foi no dia 6 de junho - já é um dos filmes mais assistidos de 2014 no Brasil e em outros países com merecido mérito. Se é modinha ou não, não cabe discutir aqui, até porque isso já foi discutido anteriormente, mas o que é indiscutível é que "ACEDE", como muitos abreviam, é um filme triste, porém inteligente.

A história você provavelmente já deve ter ouvido. Pode não ter sido necessariamente sobre esse livro/filme em particular, mas sobre tantos outros livros/filmes que falam sobre o câncer... A menina, Hazel Grace, sofre de câncer nos pulmões, já o garoto, Augustus Waters, sofre de osteossarcoma, mas está num período de remissão. Eles inevitavelmente se apaixonam e em meio a indicações literárias como Uma Aflição Imperial, de Peter Van Houten e O Preço do Alvorecer, de Max Mayhem e mensagens de texto repletas de "O.k"s que significam muito mais do que aparentam acabam imersos em uma linda e trágica história de amor.

Sim, parece clichê e é clichê. Com aqueles tipos de reviravoltas que você consegue imaginar. Mas de qualquer forma, o filme consegue ser bom. Não tanto pelo seu enredo já que para mim a relação de Hazel e Gus ainda assim foi bem precipitada. Essa história de se apaixonar como se caísse no sono não é muito legal não... Eles mal se conhecem e ela já vai para a casa dele, mais precisamente para o quarto?! Vá com calma, moça! Enfim, o que o torna bom são as atuações de Shailene Woodley, a Hazel Grace, e Ansel Elgort, que apesar de tanta discussão ao ser escolhido para o papel e não ser tão parecido com o Augustus das descrições, fizeram um ótimo trabalho. Além também das frases marcantes de Green.

Quase todas as marcantes frases estavam lá... A montanha russa, a metáfora, o fato do mundo não ser uma máquina de desejos, se apaixonar como se caísse no sono, a do infinito e embora não aparecesse outras como eu sou uma granada - lembro-me dela apenas no trailer, não no filme - ou a explicação do título, o significado delas parecia estar presente lá. Enfim, é um filme tocante, seja você uma pessoa emotiva ou não. Uma das partes mais singelas e bonitas que eu achei foi a visita à casa de Anne Frank. Vemos Hazel tendo tendo que enfrentar os seus dilemas e ao fundo, a voz da menina lendo textos encorajadores escritos no meio da Segunda Guerra Mundial.

Em suma, o começo me pareceu meio estranho. Fiquei com medo de ele ser abordado de um jeito ruim, mas logo passou. O enredo também não é lá grandes coisas, mas há frases, há momentos, que acho que simplesmente registram toda a beleza, simplicidade e delicadeza que ele queria mostrar. Para mim é também um filme realista, trazendo a dor em parcelas, não de uma vez e fim, depois disso só flores. Há vários momentos felizes e depois uma sequência praticamente ininterrupta de acontecimentos tristes e parafraseando, a dor precisa ser sentida. Assim como o seu final, abrupto, tal qual no livro, tal qual em Uma Aflição Imperial, que deixa margem para tantos pensamentos... Enfim, além de um bom filme, ele foi uma boa adaptação.

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